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Foto do escritorAnabela Correia

Vínculo Materno e a “Primavera” que a Maternidade encerra

Atualizado: 13 de jul.


No contexto do recente Dia da Mãe, é oportuno explorar a teoria da vinculação.

Esta teoria, desenvolvida por John Bowlby e posteriormente expandida por Mary Ainsworth, permite-nos entender como os laços emocionais entre mãe e filho se desenvolvem e influenciam o desenvolvimento humano.

Vejamos como a vinculação, a maternidade e a metáfora da primavera, pode aplicar-se à relação mãe-filho.



A relação mãe-filho, à semelhança de uma semente desenvolve-se, cresce, floresce e fortalece-se ao longo do tempo.

A teoria da vinculação postula que os seres humanos têm uma necessidade inata de formar vínculos emocionais seguros com os cuidadores primários, especialmente durante os primeiros anos de vida.

Ao longo do tempo múltiplos estudos provaram que uma relação com a figura de vinculação de base segura contribuiu para o estabelecimento de modelos internos também seguros.


Como sabemos, na maternidade, esse vínculo é fundamental, pois estabelece as bases para o desenvolvimento emocional e social da criança.

A qualidade desse vínculo influencia a capacidade da criança regular as emoções, desenvolver relacionamentos saudáveis e explorar o mundo com confiança.

A maternidade marca o início de uma nova fase na vida da mãe e do filho assim como a primavera traz consigo o renascimento da natureza, ano após ano.

Comparo a maternidade a uma estação da alma, uma jornada marcada por diferentes estações que refletem o ciclo da vida.


Não podemos ignorar que nasce um filho e, simultaneamente, germina uma mãe.

É um período de crescimento para ambos, exploração e descoberta mútua.

Tal como as plantas que brotam do solo, a relação mãe-filho enraíza-se profundamente nos primeiros anos de vida, preparando o terreno para um vínculo forte e duradouro.

À medida que a mãe responde às necessidades do filho com a sua sensibilidade e o seu amor, o vínculo entre eles floresce.

A comunicação não verbal, o toque afetuoso e a disponibilidade emocional da mãe ajudam a criança a sentir-se segura e amada.

Essa segurança emocional permite que o filho, aos poucos, explore o mundo com curiosidade e confiança, pois sabe que a mãe está lá para o apoiar. Há suporte. Gera-se uma experiência sublime e transformadora.


Atrevo-me a afirmar que, não raras vezes, para além de um ato de amor é um ato de fé.

Pronuncie-se o primeiro que em tempo algum se socorreu de um célebre “valha-me Deus”… “valha-me St. Antoninho”…“valha-me Nossa Senhora”… numa daquelas noites longas em que a febre ou as cólicas vieram para ficar ou, simplesmente, a falta de sono.

Encantador perceber como a interseção entre “maternidade”, “primavera” e “fé”, se entrelaçam e criam uma experiência sublime e transformadora.

É um momento de renovação, onde o amor floresce e a vida se expande.


Pode designar-se esta conexão e o seu resultado só de “amor incondicional” ou vai para além do que percepcionamos?

Reconheçamos a importância vital do vínculo materno na formação dos alicerces do desenvolvimento humano.

Possamos nutrir e fortalecer esses laços, permitindo que floresçam e prosperem como as flores na primavera.


Mencionando Sá, E. – Querida Mãe - “…dedos de mãe lêem sempre em braille todas as emoções dos filhos, mesmo quando eles, convencidos de que são “crescidos”, recusam os mimos”.

Tenho profundo receio que não se replique esta conexão nas gerações vindouras… ou tal, já estará a acontecer?

Que as mães e as famílias continuem a ser âncora nos momentos de desafio e incerteza.

Tenham força e coragem para confortar e animar quando as “tempestades” surgem e teimam em permanecer.

Mas… não se esqueçam as mães do poder do amor, mantendo-se firmes e detentoras de uma crença inabalável… NÃO estão sozinhas.





Anabela Correia

Psicóloga Clínica



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